COTIDIANO PSICOPATA

Não preciso me dividir entre farras e sono,

Não piso nos extremos dessa vida cambalhota,

Prefiro curtir meu silêncio a escutar lorotas

E deixar que as horas consumam cromossomos.

Talhado estou para refletir esse mundo complexo

Cheio de nódoas e cicatrizes ainda bem abertas,

Minha sensibilidade vive atenta, em sinal de alerta

Pronta para relatar papel e caneta num amplexo.

Debaixo da chuva deixo que a água me molhe,

Respiro sensações através de dois tênues foles

E meu olhar investiga iniquidades deveras psicopatas...

Ouço as turbinas de um cotidiano que grita,

Meu radar é racional, ele interpreta e palpita

Perante um cinzel de imperfeições que adoece e mata!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 28/12/2014
Código do texto: T5083176
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