Juventude Decrépita

Quantos jovens velhos eu vejo.

Tão sem graça,

Tão obsoletos.

Sem raça,

Sem brilho.

Mortos vivos.

Tontos e tortos.

Tão sem rumo,

Tão abstratos.

Inexatos.

Sem destino.

Chatos e vazios,

Ignorantes gigantes

Vadios...

Quantos jovens fantasmas eu vejo.

Tão transparentes,

Sem massa,

Sem substância,

Tão ausentes.

Quantos passados apagados,

Presentes perdidos

E futuros roubados.

Quantos nadas

Preenchidos com drogas

E pais tão inúteis quanto seus dias.

Dias tão fúteis quanto a alegria

De seus "baques",

De seus "becks"

E dos seus "cracks"

Quantos jovens mortos eu vejo...

Janeiro/2005