TIREI A ROUPA DO REI

“Tirei a roupa do rei”

– disse o bufão à platéia -

E eu pensei ser majestoso

O que a roupa escondia.

Mas quando o manto caiu

Tudo que se viu

Foi uma coisa pequena

Infectada por doenças

Cultivadas no laboratório

Da falta de caráter.

Tempos dolorosos

De fuga de divisas

Embaladas ou encuecadas.

Tempestades genoínas

Furacões dircelinos

Varrem o céu desse país

Levando pra cucuia

A história desse povo.

Alastra-se essa peste

Por cidades e países

Fincando suas raízes

Fez brotar negra floresta,

Cercada de lamaçal,

Escondendo lobos e hienas

E na calada da noite

Devoram os pobres cordeiros.

O rei perdeu a roupa,

Ficou nu balançando a pança,

Porém continua a lambança

De severínicas investidas

Pra continuar nababescamente

Sendo sultão no harém

Das odaliscas compradas

Com o dinheiro público.

Vistam o rei do circo

Para esconder a pequenez

Do membro que é seu orgulho

Pois todo político corrupto

Não vale a titica do Pluto.

15/09/05.