Razão e Esperança
A vida é um filme:
O começo é ilusório;
O fim, inconcebível!
Desde os primórdios
Tem-se um cenário único:
O palco do planeta Terra!
Através dos séculos
O homem metamorfoseia
Ambientes e costumes,
Mas seu tirocínio principal
É o mesmo: a ambição!
Em derredor da ganância
Fomenta guerras, violência...
Agregam-se aos seus objetivos
O orgulho, a vaidade e o egoísmo.
A impiedade é clarividência,
A hipocrisia, moeda social.
A devassidão campeia afortunada,
A ingratidão dorme ao relento.
Sentimentos daninhos eclodem-se,
Sucessivos e reiterados,
A ignorância alimenta a alma.
Fome e sede: ausência de escrúpulos.
Natureza deteriorada: embrião de enfermidades.
A esperança dói, a razão se enclausura.
Os ventos sopram tempestades,
Consequência da inanição intelectual.
O bem dormita, o mal governa.
Pandemias adoecem os espíritos,
A morte ceifa inocentes...
Retrato indecoroso do que foi um éden,
Hoje pantanal de todas as vicissitudes.
Há lágrimas nas faces ingênuas,
Há sangue de mártires clamando urgências...
A vida é bela, porém tais quais certas espécies,
Perambulam rumo à extinção
Na moldura acidentada do coração humano.
Nunca é tarde, também nunca é cedo...
O raciocínio necessita de despertar
E saciar a esperança de possibilidades.
A prece conforta, contudo não renova...
É preciso de ação, luta desenfreada
Para que o otimismo se alevante
E, invés de lágrimas, possa-se sorrir,
Conectando-se fidelidade à felicidade.
As fraudes precisam de perecer
E o amor deixar de ser saudade...
Assim se evitará que abismos profundos
Devorem a essência... a essência do viver!