O ÚLTIMO NATAL DUM VELHO POBRE
Aquele pobre velho que encontrei,
Vai passar o Natal frio e solitário,
Sem família e amigos, sobrevive,
Das sobras e esmolas que recebe.
É um velho que anda pela terra.
À procura dum lugar para viver,
À espera duma mão protetora,
E uma estabilidade merecedora.
As lágrimas que verte são pingos
De chuva que caem sem parar,
Deixam-no encharcado a chorar,
Por se sentir sozinho sem amigos.
É mais um velho que se consome,
Com tudo de mal que lhe acontece,
Não tem alegria, tudo o entristece,
Seu fardo é pesado, é tão enorme.
À espera dum milagre que surja,
O velho pede a Deus a sua ajuda,
Mais ninguém o poderá proteger,
É a adversidade que o faz sofrer.
Com o frio gélido que o velho sentiu,
Enregelou e tragicamente sucumbiu,
Terminando na terra a sua cruzada,
Vida adversa que não lhe deu nada.
Ruy Serrano - 13.12.2014, às 11:25 H