SAUDAÇÕES NEGRITUDE
Saudações: cor, raça!
Pele pintada de tinta opaca,
Opaca de dor, mas que tanto disfarça.
Olá, Cabelo criolo!
Que não permites alguém transpassar.
Tirar os teus fios de ouro arrancar.
Permitistes?! Ah
Não passa de retórica negativa.
É história retroativa.
Tua força.
Mais forte que a morte é
três séculos vencestes de pé.
Tua sensibilidade
Está na lua que reflete o homem
Que tanto o dá brilho, porém, o consome.
Cheiro de café
Que se esparrama em todo lar
Não és o aroma do mais belo manjar?
Achocolatada negritude
Que esparrama à boca sutileza,
De tanta delícia, exala beleza.
Porque preferes
luz ao invés do obscuro?
Se é na noite que percebe-se o tão puro
Olhe! Pense!
Não sei pr'a que pedir.
É bem melhor a gente dormir.
Adeus, cor, raça!
Até mais, cabelo criolo!
Que ninguém lhe arranque o tesouro.