Perdão
Só mais um trago
e é brasa no mato seco
debaixo dos meus olhos
e pelas costas o fogo se espalha
Nem grito, nem coragem
apagam o que aqui se fala
e o silêncio
é eco de uma explosão
que ninguém faz questão de ouvir
é ematoma
que aos olhos não convém notar ou sentir
Perdão
pelos berros, heresias
mas ninguém se importou em olhar
[nos olhos de quem me fita]
de cobrar sermão no tempo certo,
Aqui, preferem dar valor a concreto
a ser irmão do que não tem teto
Perdão
Mas o não dizer
é melhor que o mal dizer
e é o melhor que restou
[de quem a muito tempo grita]
sem um que ouvisse antes
de dar o sermão final
de fechar o vidro no sinal
Perdão.