Perdão

Só mais um trago

e é brasa no mato seco

debaixo dos meus olhos

e pelas costas o fogo se espalha

Nem grito, nem coragem

apagam o que aqui se fala

e o silêncio

é eco de uma explosão

que ninguém faz questão de ouvir

é ematoma

que aos olhos não convém notar ou sentir

Perdão

pelos berros, heresias

mas ninguém se importou em olhar

[nos olhos de quem me fita]

de cobrar sermão no tempo certo,

Aqui, preferem dar valor a concreto

a ser irmão do que não tem teto

Perdão

Mas o não dizer

é melhor que o mal dizer

e é o melhor que restou

[de quem a muito tempo grita]

sem um que ouvisse antes

de dar o sermão final

de fechar o vidro no sinal

Perdão.

Pamella R
Enviado por Pamella R em 15/11/2014
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