Poema urbano
Escrevo um poema urbano
De nervos, cimento e asfalto
Grafo letras em negrito
Letras pálidas e aflitas
E meus olhos são áridos.
Escrevo um poema urbano
Enquanto um rio seca
E é queimada a mata
Não mata o bicho!
E a fúria não se aplaca.
Neon algum avisa:
Não mata o índio!
Devolve o peixe ao mar!
Mas nenhuma palavra basta
A voz cansa e cala
A voz cansa e
A voz cansa
A voz
A