Dia de revolta
Tem dias que levanto de pá virada,
Uma vontade de gritar e grito,
Em alto e bom som para todos ouvirem,
Um grito para expulsar os demônios,
Que querem invadir meu cérebro.
Dá aquele aperto no peito, um incômodo,
A garganta apertada, o ar arranha quando passa,
Então solto o grito da morte, aquele sentido,
Que vem do âmago do ser, direto da alma,
O verdadeiro ser, livre, que está preso em nós.
O nosso corpo, essa grade, prisão da alma,
Já não nos obedece mais, a juventude mingua,
Tudo dói, até um leve respirar parece uma faca,
Que nos corta por dentro, e viramos escravos,
Dos medicamentos, analgésicos da cadeia.
A alma grita e temos que cumprir nosso tempo,
A nossa boca cala depois do desabafo incontido,
Dia de revolta, momentos de pensar com calma,
Apertar os parafusos soltos e aproveitar a vida,
Que a alma cuide com amor de seu invólucro.