Ápice

Eles pensam que chegaram ao ápice da evolução

Mal sabem eles que outros também pensaram, antes da extinção.

Esse Capitalismo sedento, que contabiliza o mundo

Por uma liberdade comprada

Meu valor medido por lucro/hora.

Sou uma cor em um gráfico de rendimentos.

Será que valho o investimento?

Vendemos vida por salário minimo,

No Mercado quanto valem os sorrisos?

Vivemos em sociedade, seres da razão.

Enquanto os animais vivem em grupo,

Para própria proteção.

Vivemos cada um por si nessa selva de distinção.

Troco esse poema por um pedaço de pão,

Um arroz com feijão, porque pra quem não tem nada,

De nada adianta alimentar o coração.

Essa liberdade sai cara,

tantas vidas acabadas.

Será que ainda cabe perguntar,

Se a minha felicidade cabe no orçamento?