A Dona Gorda da Janela
Cinco e meia, o dia clareou a janela se abriu,
fica no primeiro andar, de um prédio antigo.
A figura aparece, boca suja e mastigando,
na mão esquerda uma caneca, quase caiu,
na rua mora faz tempo, todos já são amigos,
não impede que ela fique atenta e vigiando.
Dos olhos aguçados nada de ser visto escapa,
os cotovelos roliços tem mais calos que o pé,
mesmo com razão não gosta que falem dela.
Dizem que é violenta, se preciso sai no tapa,
o único vício que tem e cheirar pó de rapé,
ela só é conhecida como “A gorda da janela”.
Ninguém sabe se ela é gorda de verdade,
de onde ela fica só dá pra ver sua metade,
vigia a vida alheia, vive só e não tem homem.
Dizem que ela guarda, um segredo valioso, à noite ela sai e chega de um jeito curioso,
dizem até que ela é, uma mulher lobisomem.
20/10/2014 Fim