Tem um corpo lá na esquina
Pode ser que seja apenas uma imagem
Que está sendo captada pelas lentes
De alguns profissionais.
Tem um corpo lá esquina,
Rodeado de curiosos; alguns a prantear
a triste perda,
Outros murmuram, apontam o dedo,
sem ao menos avaliar...
Tem um corpo lá na esquina,
Um quadro cinza da menina que morreu;
No espaço entre as tranças e o sapato,
Há um corpo que bem pode ser o meu.
Talvez seja eu o seu reflexo;
O olhar que remete algumas lembranças,
As brincadeiras de roda no terreiro;
Os ensaios de teatro à luz da lua,
Vigiados por adultos cuidadosos.
Tem um corpo lá na esquina,
Da tela em cores cinza e vermelho,
Chego mais perto e
Outra imagem se condensa; observando-a
Me ponho a imaginar...
Vejo que somos personagens quase idênticas,
Mesmo assim, jamais passamos de
Vestígios a vagar... contra as sombras da
Noite, que, vez por outra surpreendem,
No silêncio que nem dar trégua
Para gritar...
Das mãos dela recolho o que sobrou.
Me tinha como amiga - e é minha irmã.
Em seu rosto desfigurado, transformado,
Uma gélida lágrima olha pra mim
E me pede para não silenciar.
******************
Ísis Dumont
Inspirou-me:
"Estou aqui", de (Antonio Carlos Secchin)
Texto encontrado no Blog de
Moacir Luís Araldi.
Que está sendo captada pelas lentes
De alguns profissionais.
Tem um corpo lá esquina,
Rodeado de curiosos; alguns a prantear
a triste perda,
Outros murmuram, apontam o dedo,
sem ao menos avaliar...
Tem um corpo lá na esquina,
Um quadro cinza da menina que morreu;
No espaço entre as tranças e o sapato,
Há um corpo que bem pode ser o meu.
Talvez seja eu o seu reflexo;
O olhar que remete algumas lembranças,
As brincadeiras de roda no terreiro;
Os ensaios de teatro à luz da lua,
Vigiados por adultos cuidadosos.
Tem um corpo lá na esquina,
Da tela em cores cinza e vermelho,
Chego mais perto e
Outra imagem se condensa; observando-a
Me ponho a imaginar...
Vejo que somos personagens quase idênticas,
Mesmo assim, jamais passamos de
Vestígios a vagar... contra as sombras da
Noite, que, vez por outra surpreendem,
No silêncio que nem dar trégua
Para gritar...
Das mãos dela recolho o que sobrou.
Me tinha como amiga - e é minha irmã.
Em seu rosto desfigurado, transformado,
Uma gélida lágrima olha pra mim
E me pede para não silenciar.
******************
Ísis Dumont
Inspirou-me:
"Estou aqui", de (Antonio Carlos Secchin)
Texto encontrado no Blog de
Moacir Luís Araldi.