Não é o doce de amendoim

Sobre viver na rua

É não ver poesia na lua

Engolir seca a realidade crua

Querer sem poder; ser pivete

Já que deus me esqueceu

Tenho fé no meu canivete

Compra um doce tio?

Pede moleque, que a vida é salgada

Pé de moleque descalço na calçada

Não há paz, não há voz

Exploram e açoitaram

Meus pais e avós

Querer sem poder; ser pivete

Já que o estado me esqueceu

Tenho direitos no meu canivete

Compra um doce tio?

Já não pede moleque, que a vida é salgada

Pé de moleque descalço na calçada

Toma moleque o que é seu por direito!

Mas corre moleque; ser justo não é aceito

Mas morre moleque: a propriedade tem mais direito.

20.09.2014

Vitor Reis
Enviado por Vitor Reis em 07/10/2014
Código do texto: T4990316
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