A SAGA DE VICENTE

Vicente...que rapaz decente!

Homem inteligente e, que alma nobre!

Seu coração valente, não temia a morte.

Por isso fugiu do norte. Ele foi tentar ser gente.

Para cidade grande foi. Viu... quase venceu!

Atrás dos planos correu, brigou...ele virou ateu.

Enfrentou o frio, a fria solidão...

Pisaram-lhe nos calos, feriram-lhe as mãos...

Quase morreu atropelado, na contra-mão.

Vicente, de família carente.

Vivia contente... Mas queria um pouco mais.

Despediu-se dos pais. A lágrima caiu...

Não desistiu dos sonhos. Foi correr atrás!

Mas tornou-se mendigo, sem abrigo, seqüestrador...

Um homem trabalhador, virou traficante e ladrão.

Na “cidade dos homens”, na “cidade de Deus”...

Oportunidades não teve. Ouvia somente, não!

E morreu com dor de dente... Como indigente...

De falta de humanidade... Da selvageria da gente...

Na selva de pedra, entre centenas, milhares, milhões...

Ele morreu solitário em meio às multidões.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 24/05/2007
Reeditado em 24/05/2007
Código do texto: T499024