SANGUE PROMÍSCUO
Não!
Aqui não aceitamos o teu sangue
O único lugar onde ele nos serve
É no chão
Em uma pista
Ou sujando as mãos e a camisa de qualquer pessoa
Aqui não aceitamos os impuros
Os promíscuos
Os loucos
Não!
A tua bondade
A tua vontade
A tua amizade não nos serve
Não poderás dar teu sangue assim
De graça
Sem o preço de uma vida
Seremos nós a retirá-lo
Sem agulhas, sem exames, sem entrevistas
O sangue que escorrer do teu corpo tem que romper tuas veias
Tem que abrir teus poros
Tem que rasgar tua carne
E mesmo que não o retire com as minhas mãos
Terei a navalha, o pau e a pedra
E mesmo que não o retire com as minhas mãos
Terei a palavra, o ódio e estarei cega
Não ficarás na porta
Não entrarás na fila de espera
A única coisa que te digo é não
Não terás o direito de escolha sobre a tua vida
Não poderás escolher o que faz com teu sangue
Pois a mim e somente a mim ele pertence