SANGUE PROMÍSCUO

Não!

Aqui não aceitamos o teu sangue

O único lugar onde ele nos serve

É no chão

Em uma pista

Ou sujando as mãos e a camisa de qualquer pessoa

Aqui não aceitamos os impuros

Os promíscuos

Os loucos

Não!

A tua bondade

A tua vontade

A tua amizade não nos serve

Não poderás dar teu sangue assim

De graça

Sem o preço de uma vida

Seremos nós a retirá-lo

Sem agulhas, sem exames, sem entrevistas

O sangue que escorrer do teu corpo tem que romper tuas veias

Tem que abrir teus poros

Tem que rasgar tua carne

E mesmo que não o retire com as minhas mãos

Terei a navalha, o pau e a pedra

E mesmo que não o retire com as minhas mãos

Terei a palavra, o ódio e estarei cega

Não ficarás na porta

Não entrarás na fila de espera

A única coisa que te digo é não

Não terás o direito de escolha sobre a tua vida

Não poderás escolher o que faz com teu sangue

Pois a mim e somente a mim ele pertence

Ian Lopes
Enviado por Ian Lopes em 29/09/2014
Reeditado em 09/04/2020
Código do texto: T4981148
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