A Rua Vazia
Um homem escondia-se
atrás das vidraças.
Seu corpo esquálido
despertava os olhos
das solitárias.
Os passos lentos,
os gestos largos,
abraçavam o vazio.
O muro dos quintais
foram ao chão, quando
A cidade despertava
antes do sol.
Movimentava-se a missa
na manhã de domingo.
O padre engolia palavras,
os fiéis cochichavam,
a hóstia ficou azul.
No meio do nada,
espalharam-se as notícias
coladas nos postes.
- Foi assassinato ou suicídio?
Iluminava-se a tarde...
Apressadas, as pessoas seguiam
o enterro do homem
na rua vazia.