A Rua Vazia

Um homem escondia-se

atrás das vidraças.

Seu corpo esquálido

despertava os olhos

das solitárias.

Os passos lentos,

os gestos largos,

abraçavam o vazio.

O muro dos quintais

foram ao chão, quando

A cidade despertava

antes do sol.

Movimentava-se a missa

na manhã de domingo.

O padre engolia palavras,

os fiéis cochichavam,

a hóstia ficou azul.

No meio do nada,

espalharam-se as notícias

coladas nos postes.

- Foi assassinato ou suicídio?

Iluminava-se a tarde...

Apressadas, as pessoas seguiam

o enterro do homem

na rua vazia.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 28/09/2014
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T4979879
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.