Terra Prometida
Eu te prometo um pedaço de terra
Para chamares de teu,
Tomado à força bruta de uma guerra.
Eu te prometo a paz hipócrita que esperas
Exposta nas raízes sangrentas
Das arrancadas oliveiras.
Eu te prometo a terra derradeira,
Esta, na qual descansarás,
E que pesará, a cada dia do futuro,
Sobre os ombros das tuas crianças.
Eu te prometo a mais justa das vinganças,
Aquela, que não tem tréguas,
E não descansa nem nos dias santos,
Nos quais balbucias graças
E quebrantos.
Eu te prometo uma justica mais que justa,
Que crescerá bem forte, a cada dia,
No pus que brota de cada pústula
Libada pelas lagrimas inimigas,
Justiça adubada pelos dejetos das injúrias.
E os teus filhos hão de correr por estes campos nus de vida,
Repletos de ossos e ruínas,
Os olivais da Palestina,
Onde nada há de crescer,
A não ser...
A árvore que produz o fruto amargo
E venenoso,
E venenoso,
De norte a sul
Ao sol insosso,
Ao sol insosso,
Abençoada pelo Deus que te auxilia,
Ao qual adoras,
Ao qual adoras,
O Belzebu.