Célula Podre da Sociedade

Dizia o homem ser tão sábio

Que a todos enganava

Inclusive o aliado,

A família, a namorada.

Pensava um, dizia dois,

Na esperteza sem vacilo.

Sem remorso, ele ria, pois,

Mamava no mamilo.

Do Estado tira o leite,

A passagem de avião,

A escola cara da criança,

A reforma da mansão.

E se achava o esperto,

Lobo em pele de cordeiro.

Pra ele tava tudo certo,

O futuro do herdeiro.

“Agora tá tudo bem,

Consegui o que queria,

Já que tudo que eu tenho

O meu filho herdaria.”

Mas este, o pobre coitado,

Estava sendo escravizado.

Viveria seu futuro,

Atrás de um muro, grade e aço.

E no final a sapiência se transforma em burrice,

Se ele procurasse o bem coletivo, todos seriam mais felizes.

Orestes Benedictis
Enviado por Orestes Benedictis em 05/09/2014
Código do texto: T4951096
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