POLITICAS PUBLICAS INEXISTENTES

POLITICAS PUBLICAS INEXISTENTES

Latentes necessidades de modificação

Lobos em pele de cordeiro

Então porque não tosá-los?

Escuto dizer-se:

“cortemos o mal pela raiz...”

Mas esquecemos que as raízes são muito bem fincadas

Pelas estruturas dos sangues sugas

Percebemos que a fome e a miséria

Desejam sim serem aniquiladas

Mas os porcos representantes da elite burguesa insistiam...

Insistiam em manterem-se locados sob nossas pretas cabeças

Permanecendo sob a ótica de senhores feudais

Para assim sentirem-se normais

Hoje reféns do medo assistimos a inversão dos valores

O espetáculo de horrores invade nossas residências

Sentando-se a mesa sem serem convidados

nos tirando o prazer da degustação alimentar

Ameaças, homicídios de fato consumados

discrepâncias que tornam-se quotidianas

e por nós são impositivamente encaradas como naturais

desiguais pessoas em gênero, crença e cor

Descriminadas mulheres

Ainda mais são se de derme negra

direito de opção sexual cerceado

diante da atrocidade oriunda das lamentáveis atitudes homofóbicas

intolerância religiosa

onde o perverso racismo em momento passado nos deixou como válvula de escape

o sincretismo que nos tirou a auto estima religiosa

nos impondo a vergonha da intitulação candomblecista

racismo este, até hoje velado pelos homens de face oculta e ancestralidade européia

que através da nossa estúpida mídia

tentam nos coptar e nos manter na condição de escravos mentais

com suas usurpadoras igrejas e duvidosas forma de fazer-se o reli gare

primeiro os índios depois os negros

mas estes de banzo não morreram

se rebelaram, se rebelam e sem sombra de duvidas sempre se rebelarão

até que se faça de fato a nossa almejada reparação

sim somos nós guerreiros e guerreiras em constante combate

sim somos nós, maiores que nossos egos em elo de corrente

sim somos nós nunca incoerentes, sempre otimistas

sim somos pacíficos mas passivos não somos

rebeldes nunca covardes

somos nós povo oprimido

detentor das mazelas sociais

maioria nos presídios e favelas

subempregos ocupados

de porteiros e domesticas

não menos dignos que todo e qualquer doutor

ainda assim cerceados sempre

por opressores filhos de putas inescrupulosas

assim chamadas por gerarem monstros históricos

que insistem em permanecerem vivos e controladores

o nosso super homem ainda há de vir

creio no nosso salvador

e sei que ele não possui cabelos dourados nem olhos azuis

ele virá batendo de frente

combatendo de forma direta e objetiva os algozes do nosso povo

muitas vezes semelhantes nossos

que invadem guetos e vielas de capuz

promovendo o extermínio de nossa juventude

num genocídio velado

de vergonhosos propósitos

sim são eles os verdadeiros covardes

não apenas vitimas do sistema

sob suas madames,

pulseiras de metais preciosos

sob nossos negros pulsos

apenas agressivos e constrangedores impulsos

usando as algemas como decoração estética

tirando de nós muito alem da liberdade

tirando do nosso povo a dignidade

maldade tamanha, de proporção desconhecida

e não satisfeitos com a dignidade

muitas vezes nos tiram a vida

nos agridem nas mais variadas instancias

processo cruel

desenvolvido desde nossas infâncias

crianças negras

geradas já em condições desiguais

sucintas a sobrevivência

numa política de subsistência

onde lhes são negados os direitos de infância e adolescência

quase sempre, substituídos pelo trabalho escravo

no provocar de um obrigatório amadurecimento precoce

onde meninas tornam-se desde criança mulheres

e responsabilidades de fardo desumano

são despejadas sobre nossos pingos de gente

negrasindefesas, sem culpa alguma pelas atrocidades

passadas, presentes e queira Deus que não longinquamente futuras

cadeiras universitárias majoritariamente brancas

colegiado de núcleo duro político esteticamente europeu

brancos usurpando como sempre fizeram

agora com o utilizar de táticas “ legais”

da imunidade parlamentar a cadeias cheias de negrinhos

outrora ocupantes dos navios negreiros

que pagam a conta do sistema

e as conseqüências de vivermos num puteiro

pautados a margem

subtraídas são também a acessibilidade a maiores expectativas

e ai fica o questionamento:

é assim que vai ser, ou nos permitiremos nossas cabeças pretas amadurecer?

Ofertaremos ao nosso povo uma frente de resistência,

ou permaneceremos passivos frente a traumas e incoerências?

Os sonhos dividem-se entre:

aqueles que tem a força de transformá-los em metas e objetivos

e os que como utópicos serão tidos

frente negra, essa é a base

juntos e misturados

não por nós já vitimados

mas por eles que poderão ter esse sofrimento evitado

os grilhões precisam de fato serem quebrados em forma coletiva

os metais utilizados precisam ser fundidos e transformados

em espadas capazes de serem utilizadas

pelos capacitados para o processo de tomada de poder

o super homem do sistema branco e de verdes olhos

certamente circulará entre nós

nos ofertando cargos públicos, nos mantendo sob seu domínio

tentarão de forma fria e calculista, nos convencer de que nos compreendem

e de que tem dimensão da nossa dor,

até militantes e donos de indignação, mostrarão ser

mas sabemos que o que eles querem mesmo é manterem se no poder

as muralhas começam a ruir,

o levante esta clamado

a juventude é a saída

os dinossauros da luta étnica precisam passar o legado

passando a servir como pontes, verdadeiros alicerces condutores

só assim chegaremos de fato a novos horizontes

PAZ...

Sergio Badbah
Enviado por Sergio Badbah em 24/08/2014
Código do texto: T4934679
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