Matemática da Ident(idade)

Somos dígitos de um sistema febril

E números de conta em bancos.

Somos a estatística que nasce e morre

E um ou dois números de telefone.

Somos o numero das placas no carro

O registro na carteira de trabalho

A porcentagem na pesquisa de voto

Mas não somos a unidade que veta.

Somos contabilização do que deu errado.

A humanidade que se ausenta em prol do outro quando lhe convêm.

Mas que engorda as porcentagens de consumo.

Somos a extinção de nós

E os nós dos fios eletricos nos postes.

Somos as notas de dinheiro coloridas

E a soberba da ignorância que se alastra

Somos o amontoado de casas

E números de matricula sem sentido.

Somos a data que passa

A idade que chega

A existência que se esconde

Somos a soma que nos subtrai do mundo.

Somos um aglomerado de idênticos Presos na foto 3x4 do RG

E no quadro de funcionário do mês

E cada ano que passa

É existência que nasce e finda

É decadência de caráter

E falta de essência

É espelho amanhecido

E café amargo na boca

Para acordar todo dia

Para andar de acordo com o mundo

Resumindo felicidade em cifra e numero.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 23/08/2014
Código do texto: T4934611
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