Matemática da Ident(idade)
Somos dígitos de um sistema febril
E números de conta em bancos.
Somos a estatística que nasce e morre
E um ou dois números de telefone.
Somos o numero das placas no carro
O registro na carteira de trabalho
A porcentagem na pesquisa de voto
Mas não somos a unidade que veta.
Somos contabilização do que deu errado.
A humanidade que se ausenta em prol do outro quando lhe convêm.
Mas que engorda as porcentagens de consumo.
Somos a extinção de nós
E os nós dos fios eletricos nos postes.
Somos as notas de dinheiro coloridas
E a soberba da ignorância que se alastra
Somos o amontoado de casas
E números de matricula sem sentido.
Somos a data que passa
A idade que chega
A existência que se esconde
Somos a soma que nos subtrai do mundo.
Somos um aglomerado de idênticos Presos na foto 3x4 do RG
E no quadro de funcionário do mês
E cada ano que passa
É existência que nasce e finda
É decadência de caráter
E falta de essência
É espelho amanhecido
E café amargo na boca
Para acordar todo dia
Para andar de acordo com o mundo
Resumindo felicidade em cifra e numero.