POR TRÁS DO MURO

Escrevi este poema ao ver a situação que vivem os viciados em crack, perambulando pela linha do trem auxiliar, que pego de manhã para ir para a minha universidade, todos os dias!!!!!



DEPOIS DE UMA LONGA NOITE,
SURGE O SOL, E OS VULTOS,
QUE  ME AMEDRONTAVAM
VÃO REVELANDO-SE GENTE,
DEIXANDO-ME VER MENINAS E MENINOS!
O TREM PASSA DO LADO DE DENTRO,
DE UM MURO QUE SEPARA UM MUNDO
DE VIDAS PERDIDAS AO LÉU,
ENTRE OS TRILHOS DO DESTINO,
ZUMBIS VAGANDO SOB O CÉU!

UM NOVO DIA COMEÇA,
ESTAS ALMAS ESQUECIDAS,
VAGUEIAM POR ENTRE OS TRENS,
SEM SE PREOCUPAR COM SUAS VIDAS,
NA BUSCA DE MAIS UMA DOSE,
DA DROGA QUE LHES CORROMPEM,
OS AFASTAM DOS FAMILIARES
E, FEITO ANIMAIS SELVAGENS,
AGRIDEM QUEM SE APROXIMA,
QUEM LHES ESTENDE A MÃO,
FICANDO CADA VEZ MAIS LONGE
DOS SEUS AMORES, DOS SEUS LARES!

SEM OCUPAÇÃO, SEM PREOCUPAÇÃO,
VAGANDO AS CENTENAS, AOS MILHARES,
ENTRE AS ESTAÇÕES DOS TRENS,
ENTRE AS ESTAÇÕES DOS ANOS,
SEM FAZER PARADA, SEM DESTINO,
ESTAS MENINAS, ESTES MENINOS!

JOÃO LUIS GUEDES
João Luis Guedes
Enviado por João Luis Guedes em 23/08/2014
Reeditado em 12/01/2016
Código do texto: T4934377
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