Realismo grosseiro.

O poeta deve, se preciso, ser mal educado,

E dar ao pé do ouvido, outro tapa certeiro:

Deixemos os afagos para os domingos de tarde,

E nos debrucemos sobre os papelões nas calçadas.

E temos todo o tempo do mundo, mas o mundo,

Com o tempo cheio, precisa desocupar-se.

“Por que não?” Pergunta o poeta,

Sobre outro canto, mais quieto e despercebido:

Mas está desocupado.

Felipe Conti
Enviado por Felipe Conti em 06/08/2014
Código do texto: T4911504
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