Realismo grosseiro.
O poeta deve, se preciso, ser mal educado,
E dar ao pé do ouvido, outro tapa certeiro:
Deixemos os afagos para os domingos de tarde,
E nos debrucemos sobre os papelões nas calçadas.
E temos todo o tempo do mundo, mas o mundo,
Com o tempo cheio, precisa desocupar-se.
“Por que não?” Pergunta o poeta,
Sobre outro canto, mais quieto e despercebido:
Mas está desocupado.