DE CINZAS

De cinzas

Quando o homem do chão pegar as cinzas

E as lágrimas de seus olhos borrarem sua alma

Verá ele o grande erro de suas lágrimas não rolarem

Seus atos

Será ele um papel marcado com as linhas do tempo

Um moinho, um cata vento num céu sem azul nenhum

Sons quebradiços no chão a fincar-lhe o coração e o estômago

Viva sem viver, coma cinzas

A morte como companheira acariciando-o

Os galhos sem os passarinhos cantando

Apenas a árvore morta dentro de si

SentiNdo falta da vida

A paz em outras fronteiras, em outra parte da terra

Dirá a ele sobre a própria ignomínia

Machucando-o com a arma usada que o fez matar:

Seu egoísmo, sua falta de amor

Lá longe crianças brincando

Seu sêmen apodrecendo

Já não há crianças

Suas sementes morreram

E com elas ele próprio

Rosalina Herai