Choro, sim...

Às vezes eu choro, sim... Por que não?

Minhas lágrimas lavam-me o rosto

Enferrujado perante as velhacarias do mundo...

Às vezes eu choro, sim... O quê há de anormal?

Minhas lágrimas correm-me a face

Envergonhada diante do desprezo social...

Às vezes eu choro, sim... O que é que há?

Minhas lágrimas despencam num chão

Deprimido perante a desfaçatez dos homens...

Às vezes eu choro, sim... Que mal há nisso?

Minhas lágrimas inundam-me o corpo

Cansado de ver e sentir a hipocrisia humana...

Às vezes eu choro, sim... É feio um homem chorar?

Minhas lágrimas anestesiam-me o olhar

Desesperançado diante das injustiças e humilhações...

Às vezes eu choro, sim... Perco a honra se pranteio?

Minhas lágrimas fazem-me perceber que o amor

Está enfermo e que a vida se plasma em ilusões...

Às vezes eu choro, sim... Deveria sorrir, por acaso?

Minhas lágrimas libertam-me de um êxtase inócuo

Quando verifico que o mal campeia pelos corações...

Às vezes eu choro, sim... Deverei parar de chorar?

Nunca! Minhas lágrimas fazem-me beber tristezas

Logo que observo uma total ausência de emoções...

Não é nem mais às vezes... Eu choro sempre

Porque o mundo se transforma, a mentira grassa

E a verdade, sem forças para resistir, acovardou-se...

Eu choro, choro, sim... As emoções estão carentes

Do sorriso que cedeu lugar à melancolia ...

Eu choro, choro sim... Vem chorar comigo!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/07/2014
Código do texto: T4898326
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