LÁGRIMAS DE REVOLTA

Motorista imprudente,
Em alta velocidade,
Atropela violentamente,
Uma criança;

O corpo no chão,
O sangue no chão,
Uma voz em desespero,
Ecoa do corpo;

-Moço, moço!
Por favor, devolva-me,
Minhas pernas;
Minha mãe está me esperando,
Com os pães.

Como deu vontade,
De emprestá-la,
As minhas pernas;

Como deu vontade,
De vê-la tomar,
Quem sabe,
O ultimo café da manhã.

Não vi.
A criança silenciou-se,
Bem na minha frente.

Lágrimas de revolta,
Verteram-se dos meus olhos.