É BAQUE, É CRACK, CIDADE !
Depois da tempestade
Veio a enchente
Ventos velozes
Almas ao vento
Ao relento
Tudo perdido
Depois de todos os oráculos
Búzios
Consultas
Nada constatado
Tudo loucura e lucidez
Cidade.
Tudo é caos e fertilidade
Crack
Cacos espalhados pelo vale dos aflitos
Crianças paridas na rua
Sem nada
Amparo
Alimento. Sem poesia
Abrigo
Tudo é dor, ácido.
Prazer pelo chão, pedradas.
Cidade.
A vida consumida
Como quem fuma um cigarro
Bagulho louco
Insanidade explícita
Socorro!
Teatro dos aflitos
Um grito implícito
No ar
Nas ruas, calçadas
Tudo é desprezo. Omissão.
Não há poesia, canção de ninar
É baque!
Cidade.
O prazer é um vício
Vida é autoconsumo
De loucura se veste
Verte, inverte
Cavalga no breu
Rói a mente
O corpo aniquila
E não fica no pouco
É tudo ou nada.
É crack é morte
Desprezo. Cidade !