QUEM SOMOS
Afinal, somos índios ou nativos,
Objetos ou seres vivos.
Ah, sei somos cativos
Pelo um opulento amor.
Somos raça de resistência
Que nunca perde a decência,
Peleja com paciência
Nas curvas do mau pudor.
Somos bichos inofensivos,
Carentes e inativos,
Mesmo mortos ou vivos
Perdemos nosso valor.
Somos um povo de peito
Que nunca perde o respeito,
Apenas o seu direito
De digno trabalhador.
Somos aguapés sedentos,
Cães tão rabugentos
De passos leves, lentos
Num país agitador.
Somos o povo de luta,
De força absoluta
Que não perdeu a conduta
Nascida do interior.
Afinal, quem somos ?
Ou melhor quem fomos?
Nós apenas dispomos
De um passado arrasador.
Só sei que aqui estamos vivos,
Mesmo mansos ou passivos,
Se livres ou cativos
Vivemos só de favor.
Bezerros,05 de maio de 2007