Olhos

Olho sempre pra frente,

Onde no horizonte eu encontrar

E qualquer detalhe no presente,

Onde meus olhos apontar.

Olho em um espelho de avenida,

E meus olhos vão além

O reflexo de uma sociedade corrompida,

E o destino de um mundo recém.

Neste espelho que a tudo percebe,

Não me apresento porém

E da infinidade que ele descreve,

É da ausência que estou refém.

Mas isso realmente não importa,

Nunca importou....

Pois desde a época mais remota,

Nunca ninguém se olhou.

E se desse um passo em outra direção?

Talvez ir ao longe para melhor ver

Pois nesse infundada redenção,

Não sei ao menos o meu dever.

E os olhos de nossa vida,

Que estão a vaguear

Procuram uma saída,

Para poderem se enganar.

Mas quando a morte sorrateira,

Convoca-nos a confrontar

Apagando nossa centelha,

Nossos olhos voltam a se fechar.

Agora o mundo não está a frente,

E a você mesmo que deve espionar

Seu olhar, não mas mente,

Você sabe o que deve falar.