ALIENADA
Não consigo mais olhar
As mudanças à minha frente
Estes dias tão diferentes
Me escondo, me encolho
Como pasmo caramujo
Dou de cara com o medo
Fecho os olhos e fujo.
Tudo no mundo mudou
Todo dia uma questão
As estações, a vida, as pessoas
A violência em ascensão
Vou fugindo e reconhecendo
Não consigo olhar pra frente
Só ando na contramão.
Ouço um som de euforia
Lá fora uma alegoria
Por um momento
Risadas parecem alegria
E eu aqui na escrivaninha
Nem tento saber o quê
Continuo fazendo poesia.