ALIENADA

Não consigo mais olhar

As mudanças à minha frente

Estes dias tão diferentes

Me escondo, me encolho

Como pasmo caramujo

Dou de cara com o medo

Fecho os olhos e fujo.

Tudo no mundo mudou

Todo dia uma questão

As estações, a vida, as pessoas

A violência em ascensão

Vou fugindo e reconhecendo

Não consigo olhar pra frente

Só ando na contramão.

Ouço um som de euforia

Lá fora uma alegoria

Por um momento

Risadas parecem alegria

E eu aqui na escrivaninha

Nem tento saber o quê

Continuo fazendo poesia.

FATIMA KALIL
Enviado por FATIMA KALIL em 15/06/2014
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