Vales Encantados

Vales verdes tão férteis e húmidos,

Recebeis todas as lágrimas vertidas,

De todos os cumes dos Mundos,

Tão enriquecidos de terras ávidas.

São o Paraíso verde Terrestre,

De tempo ameno e odores frescos,

À custa do cume estéril campestre,

Tão agreste e pobre de ventos secos.

Piscinas de água cristalina azul clara,

Com relvados bem conservados e verdes,

Com gente de bem regateando e cara,

Tão egocêntrica de tantas ignobilidades.

Sugam o próximo lentamente até ao tutano,

Escravizam o semelhante até à exaustão,

Mas é nos cumes altos que durante o ano,

Ao Sol as neves eternas resistem à combustão.

Que asco as pessoas tão quotidianas e fúteis,

Tão despovoadas na sua desprezibilidade,

Que dor as pessoas tão puritanas e inúteis,

Tão hostis e carentes na sua sociabilidade.

Lx, 28-6-1995

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 12/06/2014
Código do texto: T4842883
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