Conversa fiada!

Pseudo-revolucionários

Falando de economia, lunáticos

Seus ídolos abandonados,

em vias da razão, marginalizados

Compram a opção no cardápio: fome

Vestido de vermelhinho

Com frase de moderninho

Em regra: a primeira que dar na telha

De grito em grito

Nos corredores lá daquela escola brilhante

"Matar o Czar e tomar a porra da Bastilha!"

É o que orienta a cartilha

Pelas crianças palestinas, pelas favelas e o nordeste

Não esqueça das minorias, dos índios que já não são índios

Em suma, por todos aqueles que sofrem do "extermínio"

"Será que vão ouvir deste lado do condomínio?"

Opa! Agradeça sua mãe e seu pai

Pelo teatro na Tv à cabo

Quero toda literatura subversiva!

"Vem cá, vocês passam Visa?"

E dizem que querem ser formigas

Deixar de ser cigarra

Reverenciar "O Capital",

degolar o liberal

O samba do fim da tarde é mais real e triste que sua revolução

A velha MPB é mais rebelde que sua opinião

Antes, nos olhos do oprimido, a mais dura revelação:

As linhas se rompem nessa estação

Só o suor pertence ao guerreiro diário

A espada da justiça que deve desembainhar

As terras que vai tomar

E o justo, plantar

Pobres da terra dos papagaios!

Também da Araguaia e de Canudos

Seus sonhos, fuzilados pelos fardados

Os dissidentes: comprados, abandonados, enforcados

"Curtem, compartilhem e comentem!"

Na deixa: oh meu Brasil, do brasileiro

Do sertanejo, do mameluco, do crioulo,

do índio, do cafuzo, do branco e do caboclo; como ontem, nunca mais lamentem!