Sertão
I
É isto! talhada, a morte,
em vácuos das cidades
suspensas pela espiritualidade
física, nos mesmos líquidos
das mesmas estórias,
correm folhas pelos
lençóis das fragas.
Acima!
II
Longe disto, os homens:
a inenarrável magreza organiza
ossos pelas porosidades da pele vil,
Pelas sombras aquecidas e terras escarlates
um membro de chumbo impunha o filho mais novo
Eu vi! larvas cansadas de comerem as entranhas
fétidas dos rebanhos, o sol a por segredos de
distâncias longas nas feições
cabisbaixas,
nas colunas curvadas pelo peso
de existir
Os olhos fundos a guardarem lágrimas, sedentos
diante de um orbe tão grandioso.
O reflexo das almas folclóricas
fenecendo mutuamente com a lembrança
da última evaporação presta.
III
E março, veja,
o mês vivo de esperança!
Das cultuadas chuvas, trazidas de longe
e um beijo de fé marca a face da criança
Homens, é dia!
Grãos de umidade carnal
a cair gravitacionalmente dos mares altos
são as preces ouvidas do oco abissal
E os ossos a gritarem,
as líquidas festas
esbarram nos tormentos desnutridos e vibram
o chão eutrofizado da riqueza funesta
É o riso volumoso.