Produto de nós

Produto de nós

É duro o jogo, deveras irresoluto

É a nossa crua e nua realidade,

Frias lidas e lutas sem sociais bandeiras.

Aos montes, expostos, seres desgovernados,

sem eira nem beira nesse plano torto

à espera do deus morto nesse incessante inferno.

E a humanidade seguindo adiante, rumo ao caos...

E ao mundo, que é abandonado, é inevitável o fatal.

É o que espelha do egoísmo e se apresenta

a um palmo das nossas caras,

e eis as suas consequências,

desastres por todos os lados,

são quilométricas filas de indigentes

nas praças, ruas, becos e calçadas.

São mãos estendidas, almas oprimidas,

gente deprimida pela vida em ócio,

pelo inverso, pela delinquência e pelos vícios...

Formamos os covis de covardes que geram farrapos,

somos pontos imersos nessa decadência,

criamos a viva miséria e a vida em falência,

sem faces, sem vértices, sem arestas.

E eis o bruto produto da desigualdade...

Somos os olhos cegos à luz da crueza

Somos o seco da alma,

verdadeiros pobres, somos os miseráveis.

Sociais peçonhas, somos escorpiões entre víboras e cobras;

Somos o que sobra da existência sem a mínima valia;

Somos insensíveis aos males gerados pela nossa própria obra;

Somos responsáveis e irresponsáveis pelas nossas escolhas;

Algozes e vítimas das nossas próprias crias.

BetoAcioli
Enviado por BetoAcioli em 01/05/2014
Reeditado em 01/05/2014
Código do texto: T4789811
Classificação de conteúdo: seguro