Cachimbo da paz
Sais correndo nas veias das flores de plástico,
Adubam a clorofila cinza de tanta hipocrisia;
Pra que o Zé não discirna o engodo fantástico,
Que lhe é servido como o pão de cada dia...
caciques acendem em guerra o cachimbo da paz,
que desarma os espíritos com a droga que arde;
protesta inocência total o embusteiro contumaz,
berra valentia teórica, em seu disfarce covarde...
ver isso impotente é beber de ervas amargas,
coisa que acostumamos, nós outros do sul;
mas, cansa, sempre ver um Dirceu, ou um Vargas,
morrendo fiel, abraçado ao escudo de Saul...
erguem o braço esquerdo com cerrado punho,
enquanto o direito esconde o butim roubado;
se dizem simpatizantes dos manifestos de junho,
como se não fossem eles que tivessem causado...
o vento vai soprar e varrer suas podres palavras,
para que as verdes, limpas, tremulem de novo;
e a árvore da decência produzirá o que faltava,
depois do inverno sempre acontece o renovo...
e a “Comissão da Verdade” com certo mérito,
mas, que erra o tempo como se fosse caduca,
não mais se ocupará do tal lixo pretérito,
mas, do que se esconde por trás da “Brazuca”...
ah, o dia da verdade será de radiante brilho,
“Pernalonga” cá, devaneia com essa cenoura;
chega de Madame Min em público ameaçar filhos,
e em privado, emprestar-lhes a sua vassoura...