Mundo distorcido

Mundo distorcido

Quantas mentiras

quantas hipocrisias

A canga no pescoço

o tropeço

O vendedor disse

Vendo quinquilharias

Vendo ilusões

Vou construir portais

Tronos, uma escada no alto, um altar

De lá ele queria tocar

o homem feito gado

contando mentiras

enchendo seu saco

O saco que era tão pequeno

Para tantas ambições

Como faria ele

Para se dono do mundo

Fez outros homens cansados

sedentos e famintos

Prometeu que em troca lhes daria tudo

Se lhe ajudassem ajuntar o mundo

Tontos de tanta fome

Fiéis homens inocentes

Plantaram e deram as colheitas

Para o arrogante

O arrogante vendeu os sonhos em pedacinhos

Tirou tudo o que os coitados possuíam

Tirou-lhes as vestes e os sonhos

E a canga deixou mais pesada

Contava histórias de conquistas

Cegando os olhos dos outros

Dava boas risadas as escondidas

-Tem muito bobo nesta corte!

Tristes e ingênuos homens

Ainda não descobriram

Se Deus deu asas aos passarinhos

A eles deu liberdade e tudo

Naquele pedaço de chão

Num planeta chamado terra

A hipocrisia cresceu tanto

Que a terra ficou seca

Vende-se de tudo ali

Dos homens escravos fez

Mutilou as mente com mentiras

Promessas de riquezas

Um carrega o saco cheio

Outros se acham famintos

Num mundo tão grande e tão pequenino

Os heróis adormeceram

Onde esta a dona dignidade

Onde esta a justiça

O travesseiro de um é macio

Os outros são de areia

Um trono todo dourado

Um trono quando se olha para o céu

O homem carrasco de outro homem

Esqueceu que também mora no Planeta Terra

Onde estão os cegos

Onde estão os surdos

Onde estão os hipócritas

Não ouvem os gritos no silêncio

O tempo há de contar uma história

Do homem de saco cheio

Dos homens de sacos vazios

Daquele que roubava tudo

Daqueles que padeciam

Agora ambos deitados na terra

Num julgo maior que o predito

Dois fantasmas que rondam o mundo

Um grita aflito se ouve

O outro a Deus bendiz

O rico procura seu saco

O pobre agora é feliz

Hipócrita é o homem que não ajuda

De hipócritas o mundo esta cheio

O pobre foi em sua dignidade corrompido

Por promessas do alheio

Mundo contemporâneo

Alicerces vão caindo

A verdade vai aparecendo

Nos sacos nada tinha, só areia

Alicerces moram dentro do coração do homem sábio

Capaz de mudar histórias

Riquezas são vidas e amizades

A união verdadeira

O Sábio fez uma escada

Lá do alto resolveu descer

Contou o que tinha visto

Mostrou soluções

Daqui algum tempo

A humanidade acordará

Verá que Deus a fez livre

Encontrará outra forma de caminhar

As cangas estarão no chão

Corroídas por cupins

Rosalina Herai