Passeata

Vejo tudo de camarote;

Em pé em frente ao um poste.

No conforto de meu trabalho;

Onde ancoro e me agasalho.

Povo ao léu;

chuva, tempo úmido, pés descalços.;

Sem terra, sem nada, sem dignidade.

Em pleno advento onde se diz amabilidade.

Vão até a última instância;

Não importam com a elegância,

Passam os carros e a ambulância.

Todos ao grito de dissonância.

" O povo unido, jamais será vencido!"

Sofrimento, não tiveram infância.

Alternância, inconstância....

Quanta inobservância da governança?

Temos que ter mais substância.

Equiparo-me a tantos com petulância;

De viver com tanta ganância;

Em um tempo de tantas discrepâncias.

Quanta relutância com a militância;

Julgar, acusar não é a circunstância;

Em vez de acolher, ficamos a distância.

são nossos irmãos que sofrem a insignificância.

Belo Horizonte, 24 de Abril de 2014

Manifestação dos " Sem Terra" na capital mineira.

11:50

Helbert Vinícius de Faria
Enviado por Helbert Vinícius de Faria em 24/04/2014
Reeditado em 25/05/2014
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