Fuzil de Tinta (Mercadores da Morte)

No cano

De um fuzil de tinta

Sempre empunhado

Pelo caráter de um bacana

Corrupto e corruptor

Com sua mala cheia de grana

Mentor intelectual de um caos

O mercador da Morte

Embriagado de ganancia

Entrega à própria sorte

Velhos, crianças

Na mira

Fuzil engatilhado

Um cano quente encostado

No crânio de quem suplica

E essa antropologia

Sangra quando explica

Essa anomalia

Encrostada no peito do homem

Diz:

Falta educação

A grande solução

Pois um maltratado

Sem conhecimento

É presa fácil

Pobre manipulado

Alimenta o bicho

Que come sua carne

E sua dignidade