Fungos e bactérias
Antes de nos proteger semeia pânico
Seu arcabouço ideológico ecumênico;
Que jamais retrata em sua retórica
antes, encena como se puro, orgânico,
Seu poluto discurso transgênico...
Pós-graduado no macete cínico
De jogar com os anseios válidos;
Abusa da mentira e sua mística
forja um cúmplice estado anímico
com palavras ocas e sorriso pálido...
sob seus cascos, o reclame ético
agoniza dado o colossal peso titânico;
sem pejo de enganar supõe-se prático
cobre de razão, pois, nosso siso cético,
que reage frio qual guarda britânico...
de tempo em tempo ressurge impávido
qual puro sangue o que andara trôpego;
poucos sabem ler esse fungo cíclico,
que quando pelo poder labora ávido,
finge dar pródigo, o que busca sôfrego...
sei, acordou azedo meu senso crítico,
eles semearam azedantes bactérias;
ofertando sempre desculpas patéticas,
dizem, porém, o homem é um ser político,
ditosos os bichos, livres de tal miséria...