Silenciadas

Olhe para aqueles olhos,

perceba aqueles rostos,

que lhe encaram e suplicam

por carinho e atenção.

Perceba nos seus traços

mais um abandonado...

Perceba a grandeza da dor

em cada pequena feição.

Os gritos silenciados,

sem ninguém para os ouvir.

Seus traços tão marcados,

como velhos, mas

são crianças que não tem

para onde ir.

Perdidas nas ruas

ou dentro das casas;

a segurança é uma dúvida...

Se são cuidadas ou abusadas,

- ninguém sabe -

ninguém sabe da sua conduta.

O mundo as suga

e as empurra para uma viagem

com ida, mas sem volta.

Umas encontram a luz no caminho,

outras, sem chance,

se encontram em vida: mortas.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 17/04/2014
Código do texto: T4772940
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