Silenciadas
Olhe para aqueles olhos,
perceba aqueles rostos,
que lhe encaram e suplicam
por carinho e atenção.
Perceba nos seus traços
mais um abandonado...
Perceba a grandeza da dor
em cada pequena feição.
Os gritos silenciados,
sem ninguém para os ouvir.
Seus traços tão marcados,
como velhos, mas
são crianças que não tem
para onde ir.
Perdidas nas ruas
ou dentro das casas;
a segurança é uma dúvida...
Se são cuidadas ou abusadas,
- ninguém sabe -
ninguém sabe da sua conduta.
O mundo as suga
e as empurra para uma viagem
com ida, mas sem volta.
Umas encontram a luz no caminho,
outras, sem chance,
se encontram em vida: mortas.