INFÂNCIA DESVIVIDA
É na roda
É na bola
É na dança
É na vida do menino
Que cresceu sob o olhar apavorado dos pais.
É o rito de passagem
Nas marcas da maquiagem
Como a pintura de um cartaz.
Para trás ficou todo o cirandar
A envelhecida boneca, a bola de gude, o pirão a girar,
Na louca travessia do tempo.
Fruta verde tão pura
Com traços de fruta madura
Deixadas ao sabor do vento.
As algazarras, as travessuras,
Cede espaço por outras aventuras
Não mais tão inocentes.
Abriu-se o mundo aos olhos curiosos
Perdendo anos preciosos
Na vida da criança e do adolescente.
É na droga
É o crime
É no vício
É no sexo precoce
Que eles julgam firmar a posse
De liberdade e independência.
Todo território tem suas limitações
Todas as fases suas vivências e emoções
Que torna enriquecedora cada nova experiência.