Rio - Indefesos

como não me afogar no rio que escorre na minha face

essa torrente desce impetuosamente na forma de gota

posso sentir nas mãos as águas que banham no enlace

o homem que agora chora a ausência do amor na rota

à medida que as lágrimas chegam nesse chão de barro

posso ouvir no ruído do silêncio que ficou nessa porta

uma canção na mente debilitada de um chuvisco tenro

que vem do alto da cabeça achar razão nessa comporta

sentado a beira desse precipício observo na chuva fria

uma sombra que vem nessa direção enxugar no pranto

a angústia derramada pelo coração no verso da galeria

que posta à figura do ser triste na vitrine desse espanto

vejo as margens desse acontecimento a onda me levar

para a imensidão do mar que lava o corpo nessa ironia

onde a carência encontrou uma promessa de um vagar

na memória do passado esquecido no lago da periferia

ao cair da noite essa escuridão vem como companheira

do solitário ente abandonado na solidão desse universo

de uma história contada na confusão da letra nessa eira

ocupada pela pessoa que agora dorme como um imerso

De

Marcondes Schifter

Poeta

MarcondeSchifter
Enviado por MarcondeSchifter em 25/03/2014
Reeditado em 14/01/2022
Código do texto: T4743109
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.