VERDE E AMARELO

VERDE E AMARELO

Um verde e amarelo

Um azul e branco

Um ordem e progresso

A beira do barranco

Um verde que se esvai

Virando floresta de bonsai

Pelo vermelho da queimada

Pela ideologia ultrapassada

Um amarelo anuviado

Do mineral desviado

Pelo europeu explorador

Que agora posa de benfeitor

Um azul que se acinzenta

Pela massa sem massa cinzenta

Que não dá valor a água sob o céu

A não ser na tela do povaréu

Um branco que discrimina

Um negro que não atina

Que cota não é alforria

É reconciliação “fria”

Uma ordem

Em eterna desordem

Uma deseducação ascendente

Um existir cadente

Um progresso escasso

Para poucos privilegiados

Para muitos o fracasso

Que não passa de um dado

Assim o verde não é esperança

O amarelo não é eldorado

O azul não é dádiva

O branco não é paz

A ordem é contraordem

O progresso é retrocesso

Num país de nunca antes

Ou nunca mais

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/03/2014
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