VERDE E AMARELO
VERDE E AMARELO
Um verde e amarelo
Um azul e branco
Um ordem e progresso
A beira do barranco
Um verde que se esvai
Virando floresta de bonsai
Pelo vermelho da queimada
Pela ideologia ultrapassada
Um amarelo anuviado
Do mineral desviado
Pelo europeu explorador
Que agora posa de benfeitor
Um azul que se acinzenta
Pela massa sem massa cinzenta
Que não dá valor a água sob o céu
A não ser na tela do povaréu
Um branco que discrimina
Um negro que não atina
Que cota não é alforria
É reconciliação “fria”
Uma ordem
Em eterna desordem
Uma deseducação ascendente
Um existir cadente
Um progresso escasso
Para poucos privilegiados
Para muitos o fracasso
Que não passa de um dado
Assim o verde não é esperança
O amarelo não é eldorado
O azul não é dádiva
O branco não é paz
A ordem é contraordem
O progresso é retrocesso
Num país de nunca antes
Ou nunca mais