O DIA DA IRA

Não espero que o telefone preto

Que fica pendurado na parede lateral toque

O mar fica muito distante

Além do vidro onde ficam os olhares

Eles estão sempre ali, os olhares,

Juntos com as palavras, as de um lado e as do outro lado,

Todas com seu fundo branco

É sempre à meia noite

E sempre em noites de chuva.

Arnoldo Pimentel