METRÓPOLE
céu na mão da tempestade de ferro quente
despejando tudo na boca fria de um cadaver de pedra
calor matando anjos e demonios
mastigando ordens com gosto de bala de prata
uma esmola pelo amor de deus
um pão velho pode matar a fome de uma formiga vestida de inverno
carros e motos apenas servem como figurantes nesta guerra
e uma pomba suja de carvão
tenta vomitar paz
na boca do dragão
vou dormir
e tentar acordar morto
mas com a mesma fome
de pão velho com gosto de ferro quente.