Poeta Criminal
Pela rua um formigueiro sai de casa sem parar,
Com os planos de viver mais um dia para trabalhar.
Às casas voltam logo só pensando em descansar,
E assim passam os dias e ninguém quer confessar:
- A vida virou um tédio e não dá mais pra aguentar!
Nunca antes pelas ruas ouvi tanto palavrão;
Vejo que piora essa nossa falsa educação...
Se é que já tivemos algo assim nessa Nação,
Pois a violência vem da nossa frustração!
Nossos carros crescem cada dia mais e mais,
Enquanto a nossa natureza vai ficando para trás.
A nossa riqueza aumenta e a elite se compraz,
À medida que a nossa juventude se desfaz!
Nossas noites são de farra e bagunça pra valer
- Num dia é eu te amo, amanhã, quem é você?
Assim nascem nossos filhos repetindo o que fazer;
Assim cresce nosso povo, espelho de falso prazer!
Sei que você se pergunta por que é que sou assim,
Revoltado e perdido, tanto pensamento em mim...
Vamos juntos, andar pelas ruas deste mundo tão normal;
A verdade dói na alma, nossa terra é desigual.
Por isso falo aquilo que é do mundo real:
Sou maluco! Sou bandido! Sou poeta criminal...