Poeta Criminal

Pela rua um formigueiro sai de casa sem parar,

Com os planos de viver mais um dia para trabalhar.

Às casas voltam logo só pensando em descansar,

E assim passam os dias e ninguém quer confessar:

- A vida virou um tédio e não dá mais pra aguentar!

Nunca antes pelas ruas ouvi tanto palavrão;

Vejo que piora essa nossa falsa educação...

Se é que já tivemos algo assim nessa Nação,

Pois a violência vem da nossa frustração!

Nossos carros crescem cada dia mais e mais,

Enquanto a nossa natureza vai ficando para trás.

A nossa riqueza aumenta e a elite se compraz,

À medida que a nossa juventude se desfaz!

Nossas noites são de farra e bagunça pra valer

- Num dia é eu te amo, amanhã, quem é você?

Assim nascem nossos filhos repetindo o que fazer;

Assim cresce nosso povo, espelho de falso prazer!

Sei que você se pergunta por que é que sou assim,

Revoltado e perdido, tanto pensamento em mim...

Vamos juntos, andar pelas ruas deste mundo tão normal;

A verdade dói na alma, nossa terra é desigual.

Por isso falo aquilo que é do mundo real:

Sou maluco! Sou bandido! Sou poeta criminal...

Ronaldo Thomé
Enviado por Ronaldo Thomé em 14/02/2014
Código do texto: T4690977
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