Gladiador
 
 
Não sou ninguém,
Por isso não preciso respeitar.
Aquilo que você chama de inferno,
Eu chamei de lar.
 
O cobertor que jogou fora no fim do inverno,
Eu tive que guardar.
A casa cheia de desastres que foi ibope na TV,
Eu morava lá...
 
Não venha julgar!
A revolta me ensinou a levantar.
Se quiser ensinar,
Precisa aprender.
 
Enquanto você viveu,
Eu sobrevivi.
Você comia,
Enquanto eu pedia.
Eu me superava,
E você fazia terapia.
 
Como é bom amanhecer mais um dia...
Sabendo que sou forte pra enfrentar a batalha,
Mesmo vivendo com a migalha
Que derrubou do seu pão
Ainda consigo sorrir,
Morrer de rir
Da sua insuficiência manual.
Não precisei ler o jornal
Pra entender que a verdade não está escrita,
Está vivida.
Mesmo assim tenho um alto astral,
Por vezes sou temperamental...
Sou a parte forte da injustiça social.
 
Se ficou chocada,
Não precisa ter pena
A vida pra mim sempre foi uma arena.
Sou gladiador da fome...
Feche os seus olhos que tudo some
E quando abrir finge não me ver,
Mas se quiser ser minha amiga,
Tente compreender!
Caminhe comigo...
E não terei vergonha, nem preconceito
De andar com você.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rodrigo zz
Enviado por Rodrigo zz em 07/02/2014
Reeditado em 22/01/2018
Código do texto: T4681422
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