O Prisioneiros


Somos pássaro preso
Acorrentados no medo
Vivendo do menosprezo
De autoridade que é arremedo,
De tudo isso não saímos ilesos

Somos esse pássaro encarcerado
Metros quadrados de liberdade
São perdidos pra bandidagem
Câmaras ocultam a amizade
Desconfiamos de quem vem.

Vivemos assustados, encouraçados;
Por que tanta impunidade?Ai saudade
Do tempo de andar sem ser atacado
Por bandido com notoriedade:
São os túmulos de branco caiados.

Pegaram-nos, calaram a voz
Os ais das mães ecoam perdidos;
O retrato agora é o porta-voz
Das noites e soluços contidos
Tampam os ouvidos ao som atroz.

Ai, senhores que são votados!
Por esse povo sem folguedo;
Acreditam que o voto é iluminado?
Aquele corpo jaz no frio lajedo
Foi por bandidos arrastado

Ai, senhores que são votados
Peço agora sua pouca atenção
Somente Deus é ilimitado
Teu cargo é o teu aguilhão
Tua consciência e teu coração!

Texto publicado na ciranda "Conumidores do Medo no site Grupo Ecos da Poesia www.ecosdapoesia.net em 28 /04/2007 com o título o Pagador