SER INDÍGENA – SER OMÁGUA
Sou filha da selva, minha fala é Tupi.
Trago em meu peito, as dores e as alegrias do povo Kambeba
e na alma, a força de reafirmar a nossa identidade,
que há tempo fico esquecida, diluída na história.
Mas hoje, revivo e resgato a chama ancestral de nossa memória.
Sou Kambeba e existo sim:
No toque de todos tambores,
na força de todos os arcos,
no sangue derramado que ainda colore essa terra que é nossa.
Nossa dança guerreira tem começo, mas não tem fim!
Foi a partir de uma gota d’água
que o sopro da vida
gerou o povo Omágua.
E na dança dos tempos
pajés e curacas
mantêm a palavra
dos espíritos da mata,
refúgio e morada
do povo cabeça-chata.
Que o nosso canto ecoe pelos ares
como um grito de clamor a Tupã,
em ritos sagrados,
em templos erguidos,
em todas as manhãs!