Dignidade

Onde houver fogo
que eu seja a água.

Onde houver destruição
que eu traga a esperança.

Onde houver mágoa
que eu traga o conforto.

Onde houver carência
que eu seja o bálsamo de afeto.

Onde houver a solidão
que eu traga alguma companhia

Onde houver a ausência
que eu traga a presença
iluminada pelas essências.


Mas existirão fogos,
destruições,
mágoas,
carências,
solidão ou ausências.
que não haverá água
que apague,
nem esperança,
nem conforto,
nem afeto e nem
essências que
preencham todo vazio
que você insiste em ter.

Esculpimos com nossas escolhas
nossas mazelas e dores.

Esculpimos nossos tropeços
por nossos caminhos.

Esculpimos com nossas omissões
cada carência
que nos desumaniza.

Nesse apego à miudeza.
Nessa avareza pequena e constante
que não nos permite
ver o infinito diário,
o horizonte em cada amanhecer,
e a necessidade renovada
de sobreviver
e ser feliz.

De continuar
a continuar...
e, um dia ser exatamente
aquilo que seja necessário
para construir uma vida
mais digna.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/01/2014
Reeditado em 15/01/2014
Código do texto: T4651104
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