DESIGUAIS

Pelas beiradas eles seguem,

seres iguais do mesmo Criador,

parecem que tem até amor,

frio, fome e calor,

pergunte a eles o valor,

o custo de suas existência,

ó quão belo são tuas notas,

notas de papel e números,

são todos de sangue,

carne, alma e querer,

na cidade são escolhidos,

excluídos e imergidos,

possuem caras e bocas,

e ainda andam calados,

andam com cães,

como cães,

sem rumo e sem escolhas,

amanhecem só num concreto,

quem dera se reconstituissem,

suas beiradas sem bens,

quem dera se nos amassem,

sem posses e sem beleza,

ó Senhor salve-os às pressas,

são nossos irmãos e teus filhos,

não os deixem desesperarem,

e nem mesmo acreditarem,

que a fé é só mais um bem material,

precisamos logo agir,

prestar serviços sem cobra,

sem dinheiro perambulam,

mas ainda agradecem,

pelo pão de cada dia,

são meninos e homens,

são seres de pobre coração,

gemidos são da criação,

todos choram ao fundo do poço,

uma mão sempre é bem vinda,

para aqueles lá embaixo,

abra os olhos a tempo,

a tempo de nos salvarem,

da crueldade da exclusão.

Sr Evasivo
Enviado por Sr Evasivo em 15/01/2014
Reeditado em 15/01/2014
Código do texto: T4650659
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